Na madrugada do dia 18 de dezembro de 2024, um trem de carga da MRS Logística descarrilou próximo à Estação Brás, em São Paulo, causando impacto significativo nas operações das linhas 11-Coral e 12-Safira da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Apesar de não haver registro de feridos, o episódio resultou em interrupções parciais e na redução de velocidade nos trechos afetados, afetando diretamente milhares de passageiros da Zona Leste da capital paulista, a região mais populosa da cidade.
Segundo a Companhia, o descarrilamento ocorreu na via 3 e atingiu as vias 1 e 2, comprometendo a circulação regular dos trens. A operação foi parcialmente substituída por 57 ônibus do Sistema PAESE e contou com a liberação de integrações com o Metrô para minimizar os transtornos. No entanto, os passageiros enfrentaram superlotação e atrasos expressivos em seus deslocamentos.
Diante da gravidade do ocorrido, a FERROFRENTE – Frente Nacional pela Volta das Ferrovias protocolou junto ao Ministério Público Federal (MPF) a manifestação de número 20240086904, solicitando a abertura de um inquérito civil para apuração detalhada do caso. O objetivo é investigar as possíveis causas do descarrilamento, que podem estar relacionadas à falta de manutenção adequada, velocidade excessiva, erro operacional ou outras circunstâncias.
O descarrilamento evidencia uma preocupação estrutural com o transporte ferroviário de carga no Brasil, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas. Incidentes como este reforçam a necessidade de maior fiscalização e rigor na manutenção das linhas férreas e na operação dos trens de carga, garantindo a segurança e a confiabilidade do sistema ferroviário.
“Este incidente é um claro reflexo das falhas estruturais no transporte ferroviário, especialmente em áreas urbanas. A FERROFRENTE cobra uma investigação rigorosa para identificar as causas do descarrilamento e garantir que medidas sejam adotadas para evitar futuros acidentes. A segurança no transporte ferroviário deve ser uma prioridade”, declarou o Eng. José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da FerroFrente
Além do impacto direto na mobilidade urbana, o evento interrompeu serviços importantes, como o Expresso Aeroporto, e destacou a vulnerabilidade da infraestrutura ferroviária nacional.
A FERROFRENTE reafirma a necessidade de uma apuração minuciosa por parte dos órgãos competentes para identificar as falhas envolvidas e implementar medidas que assegurem a segurança e a eficiência do transporte ferroviário no país.
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Desdobramentos
Na tarde desta quinta-feira, 19 de dezembro de 2024, a Ferrofrente encaminhou Manifestação também ao Ministério Público do Estado de São Paulo