Setor privado quer revitalizar trechos da malha-ferroviária da Oeste, mas autorização emperra

O setor privado demonstra disposição para investir na recuperação de trechos da Malha Oeste — ferrovia que liga Mairinque (SP) a Corumbá (MS) —, mas enfrenta obstáculos burocráticos para obter as autorizações necessárias da concessionária e do governo federal. A concessão, que abrange quase dois mil quilômetros, segue paralisada, situação que foi destacada em audiência pública realizada em Corumbá.

Duas propostas privadas aguardam aprovação: uma da mineradora LHG Mining e outra do terminal portuário Porto Granel Química, em Ladário, ambas voltadas à revitalização de trechos estratégicos da ferrovia. O projeto do Porto Granel Química prevê recuperar o trecho que liga o terminal ao Posto Esdras, na fronteira com a Bolívia — medida que reduziria o intenso tráfego de caminhões que hoje transportam minério por cerca de 50 quilômetros até o Porto Esperança. Essa operação rodoviária eleva custos logísticos e amplia os riscos nas estradas.

A revitalização, segundo o secretário estadual Jaime Verruck, é urgente. Com o retorno do transporte ferroviário em Corumbá, centenas de caminhões deixariam de circular diariamente pelas rodovias, diminuindo acidentes e o custo de escoamento de cargas.

Apesar do interesse e das propostas apresentadas, o processo segue travado. A concessionária Rumo Logística e o Ministério dos Transportes ainda não concluíram a análise das autorizações. O modelo original de renovação da concessão — estimado em R$ 18 bilhões — foi considerado inviável economicamente, e o governo federal agora revê o formato do contrato, com previsão de decisão apenas para 2026.

Durante a audiência, o deputado estadual Roberto Façanha reforçou que a Malha Oeste é estratégica para Mato Grosso do Sul, essencial para o escoamento de minérios, grãos e combustíveis, além de representar um elo fundamental para a integração ferroviária com a Bolívia.

O encontro reuniu políticos, gestores públicos, empresários, representantes sindicais e delegações bolivianas, que discutiram por mais de quatro horas caminhos possíveis para destravar o futuro da ferrovia.

Leia a reportagem completa no portal Campo Grande News e saiba mais sobre os desafios e oportunidades da Malha Oeste.

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