Transnordestina ligará a nova fronteira agrícola brasileira aos portos de Pecém e Suape. Saiba mais sobre as expectativas para a conclusão da linha!
Muita aguardada pelo setor ferroviário brasileiro, a Ferrovia Transnordestina teve recentemente suas obras retomadas, e tem sua conclusão prevista para dezembro de 2025.
Depois das intervenções concluídas, a Transnordestina terá um papel importante no escoamento de minério de ferro, grãos e commodities agrícolas, levando a produção até importantes portos localizados na região Nordeste do Brasil.
Para entendermos mais sobre o assunto conversamos com o presidente da Frente Nacional pela Retomada das Ferrovias (Ferrofrente), José Manoel Ferreira Gonçalves.
Veja abaixo as opiniões de nosso convidado sobre esta importante linha férrea!
Onde fica a ferrovia Transnordestina?
A Ferrovia Transnordestina (EF-232 e EF-116) ligará o município de Eliseu Martins, no sul do Piauí, aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará.
Com uma extensão de 1753 quilômetros, a obra já custou R$ 5,4 bilhões, e apenas metade dela foi concluída até o momento.
“Atualmente, a linha férrea conta com 671 quilômetros de superestrutura já construídos. Outros 500 quilômetros referentes à infraestrutura foram iniciados. A obra emprega quase duas mil pessoas, entre profissionais próprios e terceirizados”, explica Gonçalves.
Qual a importância da ferrovia Transnordestina para o transporte de cargas brasileiro?
A Transnordestina desempenha um papel fundamental no escoamento da produção. O presidente da Ferrofrente explica:
“A Transnordestina é a espinha dorsal do desenvolvimento do Nordeste. É uma obra emblemática para a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e para o Nordeste”, observa.
Com a continuidade das obras e a possível finalização até dezembro de 2025, será possível transportar insumos para portos de importância da região nordeste do país, como Piauí, Pernambuco e Ceará.
“A ferrovia Transnordestina é uma obra de grande importância para o Nordeste, pois ligará a nova fronteira agrícola brasileira – composta pelo sul dos estados do Piauí e Maranhão, além do norte do Tocantins e oeste da Bahia –, aos portos de Pecém e Suape, que realizarão a exportação do que ali está”, analisa Gonçalves.
Por que as obras da ferrovia ficaram paradas?
Depois de mais de 15 anos do início das obras e de um investimento gigantesco, José Manoel Ferreira Gonçalves aponta quais são, em sua visão, as razões dos trabalhos na Transnordestina terem ficado inacabados.
“As obras da ferrovia estão paradas porque o grupo que tem a concessão parou de investir no projeto, que recebeu muitos recursos de origem pública, como o Fundo de Investimento do Nordeste (Finor) da Sudene”, observa nosso convidado.
Além desta razão, uma disputa judicial se iniciou envolvendo outros trechos, mas que acabam afetando a Transnordestina.
Ainda segundo nosso entrevistado, “o Tribunal Regional Federal da 1ª Região rejeitou um recurso da Rumo (RAIL3) que pretendia paralisar o processo de autorização de novas ferrovias solicitadas pela empresa VLI, que coincidem com os segmentos que a Rumo também manifestou interesse em construir”.
A retomada das obras da ferrovia Transnordestina
Os jornais televisivos e impressos já noticiam a retomada das obras da Ferrovia Transnordestina. Gonçalves explica como anda o processo:
“O Tribunal de Contas da União reabilitou a participação de recursos públicos para o financiamento da obra, desde que haja uma aprovação de um novo cronograma de execução do projeto”, esclarece.
Ele conclui: “A ferrovia conta com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado pela Sudene, que terá até 120 dias para avaliar o plano, contados a partir do acórdão TCU nº 1708/2022.”
Como pudemos observar, a ferrovia Transnordestina deve trazer grandes avanços para o escoamento da produção agrícola nacional, o que promete aquecer ainda mais a economia brasileira, trazendo vantagens importantes também ao segmento ferroviário.
A entrevista foi publicada por Intermodal Digital