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Relatório das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas: Uma Análise

Temos assistido ao esforço do Presidente Lula nos fóruns internacionais no sentido de atrair a atenção dos maiores atores internacionais para o desastre climático que hoje já se materializa ante todos nós como consequência do aquecimento global gerado por crescentes emissões de gases de efeito estufa desde o período da Revolução Industrial, em meados do século dezoito.

Devido à confirmação da COP30 em Manaus, a ser realizada em 2025, importa que intensifiquemos a discussão do tema no Brasil, notadamente pela posição confortável que ostentamos no tema, ante aos países desenvolvidos. Até lá, espero poder tratar dos vários temas de forma detida. Contudo, para iniciar a série, vou me deter nos tópicos do relatório apresentado pela ONU em 2021.

Projeções de Aumento de Temperatura: O Que Está em Jogo?

O relatório atualizado da Organização das Nações Unidas (ONU) faz uma previsão preocupante: as temperaturas globais na superfície terrestre estão destinadas a aumentar continuamente até pelo menos a metade do século 21. Isso é verdade independentemente do cenário de emissões de gases de efeito estufa que considerarmos. A situação se torna ainda mais alarmante quando o relatório aponta que, se não houver intervenções significativas para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa nas próximas décadas, o mundo poderá enfrentar um aumento de temperatura entre 1,5°C e 2°C até o final do presente século.

A Longa Estrada para a Estabilização Climática

O documento, formalmente conhecido como “Mudança Climática 2021: A Base das Ciências Físicas”, recebeu o endosso unânime de 195 países que são membros do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O relatório sugere um cenário em que as temperaturas globais só começarão a se estabilizar após um período de 20 a 30 anos, o que implica em desafios de longo prazo para a adaptação e mitigação.

O Dedo Humano na Escala Climática

O estudo vai além, ao enfatizar o papel decisivo da atividade humana no aceleramento do aquecimento global. Este ritmo de mudança não tem precedentes em pelo menos dois milênios. A magnitude dessas mudanças climáticas terá impactos abrangentes, afetando cada canto do planeta. Além disso, as alterações já desencadeadas pelas emissões passadas e futuras são, em muitos casos, irreversíveis em escalas de tempo que se estendem por séculos ou até milênios.

Preparação para a COP-26: Um Marco para o Futuro

Este relatório chega em um momento crucial, a uma atualização científica fora feita em 2013. Este relatório serve como um guia para os governos ao redor do mundo que estão se preparando para apresentar seus planos de redução de emissões na próxima Conferência das Partes (COP-26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Este evento está programado para novembro em Glasgow, Escócia, e será um palco importante para decisões climáticas globais.

Efeitos Diversificados em Ecossistemas

– Oceanos: A interferência humana está levando a mudanças significativas nos oceanos, incluindo o aquecimento das águas, aumento na ocorrência de ondas de calor marinhas, acidificação e redução dos níveis de oxigênio. Essas mudanças têm o potencial de desestabilizar ecossistemas marinhos inteiros e afetar comunidades humanas que dependem deles.

– Ambientes Urbanos: Nas cidades, estamos propensos a sofrer um aumento nos fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor e inundações catastróficas, exacerbados pelo aumento das precipitações.

– Setores Vulneráveis: Em um cenário de aquecimento de 2°C, os extremos de calor se tornarão tão frequentes que poderão ultrapassar os limites de tolerância em setores críticos como agricultura e saúde pública.

Mudanças no Ciclo da Água e Impactos Regionais

Espera-se que o ciclo da água global sofra alterações significativas. Isso inclui um aumento nas chuvas intensas e inundações em algumas áreas, enquanto outras regiões enfrentarão secas mais severas. Além disso, a precipitação deverá aumentar em regiões de alta altitude e diminuir substancialmente em áreas subtropicais.

Ameaças Crescentes às Áreas Costeiras

Nas áreas costeiras, o nível do mar continuará a subir ao longo deste século, o que agravará as inundações e aumentará a erosão. Eventos extremos que antes eram raros e ocorriam a cada 100 anos podem se tornar anuais.

O Ártico como um Sinal de Alerta

O derretimento do solo permanentemente congelado, conhecido como permafrost, e a perda de cobertura de neve sazonal são fenômenos esperados. Eles serão acompanhados pelo derretimento de geleiras e glaciares e pela redução do gelo marinho no Ártico durante os meses de verão.

Eng. José Manoel Ferreira Gonçalves, outubro de 2023

Artigo publicado no SOS PLANETA

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