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Presidente da Ferrofrente propõe “revogaço” na utilização de ferrovias no País

José Manoel participou de palestra promovida pelo movimento Engenharia pela Democracia

“Eu proponho a revogação de muita coisa errada que foi feita até agora por esse governo. Nosso o objetivo é o de defender o interesse público na utilização das ferrovias no Brasil”. Com essa frase, o engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves resumiu sua participação na palestra on-line “Ferrovias: O Revogaço Necessário e Urgente”, evento promovido pelo movimento Engenharia pela Democracia (EngD).

O EngD vem promovendo uma série de palestras para discutir os principais problemas do País e também contribuir efetivamente para ajudar a resolvê-los. “Hoje no País privilegia-se a exportação de commodities e o rentismo, em detrimento de um modelo de desenvolvimento baseado na indústria, no desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e também da Agroindústria. Num novo modelo de desenvolvimento, mais inclusivo, as ferrovias teriam um papel extremamente importante para interligar e transportar produtos e passageiros por todos os rincões desse país; Hoje as ferrovias estão a serviço de grande grupos monopolistas e com uma única função: levar soja, açúcar, minério e outros grandes volumes diretamente para os portos exportadores. Toda essa operação está sob controle de poucos conglomerados que continuamente renovam suas concessões, de forma vantajosa, sem ao menos cumprir com os compromissos anteriores assumidos. Os pequenos produtores,  os passageiros foram esquecidos dentro do modelo vigente. Deixamos em plano inferior um transporte mais barato e ecologicamente sustentável e  ainda transferimos o controle da malha ferroviária e das suas operações para poucas empresas, dificultando a sua expansão e investimentos em infraestrutura para adequar o sistema a atender às necessidades de crescimento do Brasil”, disse o engenheiro Amaury Pinto Castro Monteiro Júnior, conselheiro da EngD.”

José Manoel, presidente da FerroFrente, Frente Nacional pela Volta das Ferrovias, agradeceu o convite da EngD e destacou que muito precisa ser corrigido em relação às ferrovias depois da posse do presidente Lula. “Agradeço à EngD a atenção com o tema. Tivemos a participação de vários especialistas no tema e isso vai ajudar muito o desenvolvimento das ferrovias no País. Muito se fala em avanços na área, mas isso foi divulgado pelo governo Bolsonaro, pelo ex-ministro Tarcísio de Freitas, mas apenas para turbinar a candidatura dele ao governo de São Paulo. A realidade é que as medidas adotadas pelo governo de 2018 para cá estão muito longe de atender aos interesses públicos. Elas também não representam mudanças à situação de total abandono que nossas ferrovias enfrentam”, afirmou o engenheiro.

O presidente da Ferrofrente alertou para a urgência em revogar algumas flexibilizações “criminosas e que atendem apenas a interesses isolados”. Vejam as facilidades dadas à empresa que venceu a antecipação da concessão da Malha Paulista. Algumas obras importantes estão sendo postergadas e chegaram a causar acidentes fatais, como ocorreu recentemente em Cubatão. Outra situação é o instrumento de autorização para exploração de linhas férreas que também deve ser suspenso. Essa benesse só interessa a duas ou três empresas simplesmente paralisou todo e qualquer projeto para transporte de passageiros. Com esse modelo, nossas ferrovias estarão entregues a interesses meramente comerciais, sem qualquer projeto de integração nacional”, disse.

Ele aproveitou para sugerir algumas propostas para melhorar a infraestrutura de ferrovias no Brasil. São elas: fim das autorizações; retomada do modelo de concessão horizontal/open access; ampliação da participação social no controle do setor; e revogação das flexibilizações para o descumprimento das responsabilidades contratuais.

“As medidas são fundamentais para que também as ferrovias fiquem alinhadas com um governo popular, com sensibilidade social e democrático”, declarou José Manoel.

“A palestra foi um sucesso. Temos um Grupo de Trabalho e com essas palestras vamos enviar uma série de propostas para avaliação e com a inteção de ajudar o novo governo do País”, disse Amaury Pinto Castro Monteiro Júnior, conselheiro da EngD.

Sobre José Manoel
É presidente da FerroFrente, Frente Nacional pela Volta das Ferrovias. Engenheiro e escritor, autor de várias obras sobre ferrovias. É pós-doutor em sustentabilidade e transportes pela Universidade de Lisboa.

Sobre a EngD
Engenharia pela Democracia (EngD) é um movimento formado por estudantes, técnicos e técnicas, engenheiras e engenheiros, profissionais de áreas afins que atuam na Engenharia, mestres e doutores em Engenharia, que defendem a democracia em todas suas dimensões: social, econômica, política e ambiental.

A palestra foi ao vivo e está disponível no canal do Youtube da EngD. Acesse!

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