Mobilidade Urbana: Só Para Quem Corre?

A recente matéria publicada pelo site OTV Foco revelou um problema alarmante na cidade de São Paulo: a travessia de pedestres se tornou uma corrida contra o tempo, especialmente para idosos. Em alguns pontos da cidade, o tempo de espera no semáforo pode chegar a 4 minutos, mas o sinal verde dura apenas 6 segundos. Como se espera que pessoas com dificuldades de locomoção consigam atravessar nesse intervalo?

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) alega que os tempos de travessia seguem normativas técnicas, mas a realidade é que a cidade ainda prioriza a fluidez dos carros em detrimento da segurança de quem anda a pé. A mobilidade urbana deveria ser pensada para todos, e não apenas para os que conseguem correr.

Essa situação reflete um problema estrutural que vai além de São Paulo. Cidades de todo o Brasil sofrem com a falta de planejamento voltado para pedestres e modais sustentáveis. O transporte público continua precário, calçadas seguem esburacadas, ciclovias são insuficientes, e a prioridade dada ao transporte individual motorizado agrava o caos urbano.

A Ferrofrente defende um modelo de mobilidade mais justo, em que o pedestre, o ciclista e o transporte público sejam priorizados. Precisamos urgentemente de políticas que garantam segurança e acessibilidade a todos. Não podemos aceitar que a cidade seja projetada apenas para quem consegue se adaptar a tempos semafóricos injustos.

Mobilidade urbana deve ser um direito universal, não uma disputa de resistência. Está na hora de inverter essa lógica e garantir que as cidades sejam acessíveis para todos, independentemente da idade ou das condições físicas.

O que houve?

Pesquisa apontou que o tempo dos semáforos não é suficiente para atravessar as ruas, principalmente para pessoas mais velhas

O TV FOCO, 13 DE FEVEREIRO DE 2025 Ricardo Nunes tem um novo problema para resolver em São Paulo. Desta vez, surgiu uma questão em torno das paradas nos faróis da capital, que não estão dando tempo suficiente para que os cidadãos atravessem.

O assunto ganhou destaque no G1, da Globo. Segundo um estudo do Instituto Corrida Amiga, os pedestres têm enfrentado dificuldades para conseguir concluir a passagem. A complicação é ainda maior para os idosos que já passaram dos 60 anos e têm mais lentidão.

Na movimentada Praça Roberto Gomes Pedrosa, no Morumbi, na Zona Sul, a pesquisa apontou que o tempo de espera é de nada menos que 4 minutos. Porém, para atravessar, os cidadãos têm somente 6 segundos com o sinal aberto.

Silvia Stuchi, fundadora do Instituto Corrida Amiga, ressaltou que o Estatuto do Pedestre ordena que haja tempo suficiente para que todos façam as passagens. “Atualmente, a CET coloca 1.2 metro por segundo. O Estatuto do Pedestre coloca para gente considerar 0.7 para velocidade de caminhada de uma criança e 0.5 para pessoas com deficiência”, destacou.

“Inclusive, o Estatuto do Pedestre coloca também o tempo máximo de espera que seria de até 90 segundos, bem diferente do que nossa campanha apontou. Precisa ser uma conscientização coletiva de todas as pessoas e colocando sempre o pedestre como prioritário no sistema de mobilidade urbana condizente com o Código de Trânsito Brasileiro e com a própria política nacional de mobilidade urbana. Pedestres primeiro na cidade”, acrescentou.

Afinal, o que diz a CET?

Em um novo comunicado, a Companhia de Engenharia de Tráfego justificou que o tempo de travessia atende aos critérios do manual brasileiro de sinalização de trânsito. O grupo ainda ressaltou que implantou o programa Pedestre Seguro, ampliando o relógio.

Conclusão

  • Em resumo, uma pesquisa do Instituto Corrida Amiga expôs falhas nos semáforos de São Paulo;
  • O assunto ganhou repercussão no G1, da Globo, chegando à gestão do prefeito Ricardo Nunes;
  • Em média, os pedestres estavam aguardando tempo demais para atravessar e pouco para concluir;
  • Em contrapartida, a Companhia de Engenharia de Tráfego, a CET, afirmou que cumpre as regras.
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