Cerca de 35 das mais de 100 grandes empresas localizadas no Polo Industrial de Manaus (PIM) estão programando férias coletivas para seus 17 mil funcionários entre os dias 25 deste mês e 4 de novembro. Esta decisão foi divulgada por Leanderson Lima, jornalista do site Amazônia Real.
Valdemir Santana, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM), justifica essa ação pela dificuldade de navegação nos rios da região amazônica. Ele afirma que a seca tem obstruído o tráfego de navios cargueiros vindos da Ásia, que são fundamentais para fornecer insumos ao setor de eletroeletrônicos. Santana ressalta que isso tem causado problemas de estoque nas empresas.
Os segmentos mais afetados, segundo Santana, são os fabricantes de dispositivos móveis, notebooks, aparelhos de ar-condicionado e televisores. “Vamos assinar um acordo amanhã (17) com as indústrias para que nenhum trabalhador seja demitido”, declarou Santana à Amazônia Real. Ele ainda acrescenta que a “Black Friday já está prejudicada”.
Níveis de Água Mais Baixos em Um Século
Na segunda-feira (16), o rio Negro registrou o menor nível em 120 anos, atingindo 13,59 metros. Essa situação levou 50 dos 62 municípios do estado do Amazonas a decretar estado de emergência. Em diversas localidades ribeirinhas, quase meio milhão de pessoas ficou isolada devido aos rios extremamente baixos.
Logística e Custos
Segundo dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus, o Polo Industrial atualmente emprega mais de 110 mil pessoas. Valdemir Santana critica a ausência de sinalização adequada nos rios, o que se torna mais evidente em períodos de seca extrema.
Falta de Infraestrutura
Nelson Azevedo, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, também aponta para a necessidade de melhorar a infraestrutura de hidrovias. Segundo informações do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, o custo do transporte de insumos aumentou entre 25% e 50% devido às atuais condições de navegabilidade.
Agricultura e Pecuária Afetadas
Em Manaus, caminhões estão parados em filas devido à impossibilidade de seguir viagem. Muni Lourenço, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado, destaca que a seca está afetando tanto a logística de insumos quanto a produtividade do setor primário.