Grupo CSN contratou dirigentes da ANTT que participaram das negociações de exclusão do trecho em direção a Suape na Transnordestina

Comissão liberou executivos de cumprirem quarentena para assumir cargos logo após deixarem a autarquia reguladora do setor de transporte terrestre.

GRUPO CSN – Dois dirigentes da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) foram contratados pela Companhia Siderúrgica Nacional e pela Transnordestina Logística S.A. – que constrói a Ferrovia Transnordestina – após participarem das negociações com o grupo empresarial (CSN) que controla a ferrovia, do aditivo que retirou do projeto original, o trecho que parte de Salgueiro ao Porto de Suape assinado em 23 de dezembro de 2022.

Rafael Vitale Rodrigues foi diretor-geral, com mandato até 18 de fevereiro de 2025 e assinou, como diretor geral do termo aditivo com Tuffi Daer Filho presidente da TLSA. Ele assumiu o cargo de Diretor Institucional do Grupo CSN logo após deixar o cargo em março.

Superintendente

Ismael Trinks que na época da negociação do aditivo era superintendente de Transporte Ferroviário da agência, assumiu o cargo de Diretor de Relações Institucionais para atuar ao lado Tufi Daher Filho na diretoria da Transnordestina Logística S.A., uma subsidiária da CSN.

O acordo também conta com as assinaturas de Marcelo Cunha Ribeiro, diretor executivo da CSN, que é a interveniente do termo aditivo por ser a controladora da TLSA, e Ismael Trinks ambos como testemunhas.

Os dados estão disponíveis na página da ANTT e nas páginas do grupo CSN e TSLA. A informação sobre a contratação dos dois executivos foi publicada pelo Blog do jornalista, Tássio Lorran do portal Metrópole, no dia 20 de março e confirmada pela JC Negócios.

Divulgação
Jorge Bastos presidente da Infra S.A. – Divulgação

Comissão de Ética

Os dois executivos foram dispensados da Comissão de Ética Pública da Presidência da República de cumprir quarentenas para assumirem os cargos pela ANTT o que permitiu as empresas poderem passar contar com a experiência de ambos no setor para seus negócios que, além a TLSA, inclui a Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) entre os portos de Mucuripe e Itaqui(MA) e a MRS Logística com uma malha de 1.643 km que se estende por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo

O Termo Aditivo 1 permitiu que a TLSA fosse desobrigada a cumprir o contrato que previa a ferrovia de Eliseu Martins ao Porto de Suape. O termo garantiu ao grupo CSN uma economia de R$ 3,49 bilhões necessários para a construção de 522 quilômetros entre Salgueiro e Suape.

Mais recursos

Isso possibilitou que a União liderasse mais recursos no trecho Missão Velha ao Porto de Pecém através da aprovação de um projeto apresentado e aprovado no Congresso em apenas 45 dias que assegurou mais R$ 3,6 bilhões do FDNE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste), administrados em conjunto pela Sudene e pelo BNB. para a conclusão da obra em dezembro de 2026.

A assinatura do Termo Aditivo só foi tornada pública quando a governadora recém-eleita Raquel Lyra foi chamada ao ministério dos Transportes para tomar conhecimento dos efeitos da supressão do trecho até Suape. A partir dessa data e após uma mobilização da bancada de Pernambuco, ficou definido que a Infra S.A. – que recebeu o trecho de volta – faria uma nova reorganização do projeto de modo a concluir o trecho entre Salgueiro e Suape.

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