O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou definitivamente o conjunto da estação ferroviária Júlio Prestes, na Capital, em São Paulo. Ele inclui a Gare, o Prédio da Estação e o Prédio da Administração. O tombamento foi decidido na reunião ordinária do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural realizada no dia 28 de fevereiro.
A Estação Júlio Prestes, projeto de Christiano Stockler das Neves, de 1925, foi inaugurada em 1930. O edifício é um dos mais significativos testemunhos das realizações da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana, fundada em 1875 com o objetivo de ligar a região de Sorocaba a São Paulo. A companhia contribuiu não apenas com o desenvolvimento ferroviário do estado de São Paulo, mas também ajudou a integrar os estados do Sul e da região Centro-Oeste.
Destacando-se como um exemplar de estações modernas, o conjunto edificado da Estação Júlio Prestes tem como referência os padrões norte-americanos, contrastando com aqueles oriundos das instalações pioneiras de tradição britânica. O bem representa uma época em que o transporte ferroviário de passageiros era a principal forma de locomoção de longa distância.
“É muito importante o tombamento desse patrimônio histórico que é o Complexo da Estação Júlio Prestes, que deve atingir também outras estações ferroviárias de todo o Estado de São Paulo. É um patrimônio imaterial, histórico e cultural que precisa ser preservado. Que outras estações recebam a mesma atenção”, disse José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (Ferrofrente).
José Manoel destacou que o crescimento do Estado de São Paulo deu-se em cima de trilhos. “Nós, da Ferrofrente, defendemos essas iniciativas, mas com os olhos para o futuro. Não podemos ficar só no discurso e precisamos avançar no transporte de passageiros e de cargas aqui e em todo o Brasil”, afirmou o engenheiro.
A partir de 1999, a Estação Júlio Preste passou a abrigar a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e do Coro da Osesp. A sala agrega valor arquitetônico, cultural e artístico ao bem, reintroduzindo o edifício no circuito da vida social e cultural da cidade.
A estação também é utilizada para transporte público e atualmente serve aos trens da Linha 8 do Trem Metropolitano de São Paulo, com destino à estação de Itapevi.
Com o tombamento definitivo, o conjunto tem proteção federal, por meio do Iphan, contra quaisquer tipos de destruição, demolição ou mutilação. O bem também não pode sofrer qualquer tipo de restauração ou modificação sem a prévia autorização do Instituto, nos termos do Decreto-Lei nº 25 de 30 de novembro de 1937.