Atraso e Abandono: Rodoanel Norte e Linha 17-Ouro do Monotrilho, uma Década de Desafios em São Paulo.

G1Por Fabrício Lobel, Daniel Seidel, Bom Dia SP — São Paulo Promessas de entrega em 2014 foram feitas na gestão do ex-governador Geraldo Alckmin. Desde então, já se passaram três governadores pelo cargo que não finalizaram as construções: Márcio França (PSB), João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB). Atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos) promete entregas a partir de 2026.

Duas das maiores grandes obras do governo de São Paulo completam 10 anos de atraso em 2024 e seguem completamente abandonadas. É o caso da Linha 17-Ouro do Monotrilho, na Zona Sul da capital paulista, e o Trecho Norte do Rodoanel Mário Covas.

As promessas foram feitas na gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (ex-PSDB hoje no PSB) – atual vice-presidente da República – e estavam previstas para entrega em 2014. Desde então, já se passaram três governadores pelo Palácio dos Bandeirantes e não finalizaram essas obras.

Márcio França (PSB), João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB) ocuparam o cargo de governador de São Paulo e também não deram continuidade às duas construções (veja vídeo).

Agora, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) tenta retomar as duas obras. Passado mais de um ano da posse do atual governador, tudo continua como antes.

No Rodoanel Norte, a situação é de total abandono. O mato cresce pelas pistas e construções e até um túnel, que estava praticamente pronto, cedeu e a construção terá que recomeçar.

A obra já consumiu mais de R$ 10 bilhões de reais é usada para caminhadas da população, abandono de animais e manobras proibidas de motociclistas.

Em agosto de 2023, o governador Tarcísio de Freitas autorizou a assinatura do novo contrato de concessão do trecho, na modalidade parceria público-privada (PPP), após leilão em março.

A ganhadora do leilão foi a Via Appia FIP Infraestrutura será responsável pelo término do empreendimento orçado em R$ 3,4 bilhões, além da manutenção e operação do trecho por prazo de 31 anos.

Caso a empresa finalize o trecho no preço atual do contrato, a obra ao final custará mais de R$ 13,4 bilhões desde o início da construção.

Pelo novo contrato, a concessionária tem um período de pré-construção de até um ano para concluir todos os levantamentos necessários para reassumir as obras. O prazo vence em setembro de 2024. Só depois disso que é haverá trabalhadores nos canteiros e reinício da construção.

O que diz o governo de SP

Em relação ao Rodoanel Norte, o governo de São Paulo informou que o termo de transferência inicial do Rodoanel Norte foi assinado em setembro de 2023.

E que a nova concessionária terá um período de até um ano de pré-construção. Ou seja, vai servir para fazer as análises técnicas de toda a estrutura montada e do que falta construir.

A gestão Tarcísio também disse que as obras devem ser retomadas no primeiro semestre deste ano. E que a previsão de conclusão e entrega, como falamos na reportagem, é para o segundo semestre de 2026.

Linha 17-Ouro

Já em relação à Linha 17-Ouro, do Monotrilho, o Metrô de São Paulo – responsável pela construção – informou que a atual gestão estadual retomou no ano passado as obras. E que a instalação de sistemas para a abertura da linha também será em 2026.

A obra na Zona Sul de São Paulo já consumiu R$ 3,2 bilhões. A empresa que assumiu é a Agis Construção S.A. Ao final do contrato, o valor total da Linha 17 será de R$ 5,1 bilhões.

Segundo o governo paulista, o novo contrato prevê a execução dos trabalhos em 18 meses, a partir da primeira ordem de serviço emitida em setembro de 2023, chegando ao prazo de conclusão das obras civis remanescentes até o início do segundo trimestre de 2025.

Neste período, e após, prosseguem outros trabalhos de implantação de sistemas e fabricação, fornecimento e testes de trens. A previsão é entregar a linha para a operação da concessionária e uso pelo público em 2026.

A gestão Tarcísio diz que a execução das obras civis da Linha 17 tem cerca de 80% de conclusão atualmente. Toda sua implantação, que inclui obras civis já realizadas, sistemas e trens, chegou a 60% de avanço.

Inicialmente, a linha teria 18 km de extensão. Mas o projeto foi reduzido para 8,3 km, com estações entre Aeroporto de Congonhas e Estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda.

O Metrô diz que, das 8 estações previstas, ao menos 7 delas (Congonhas, Jardim Aeroporto, Brooklin Paulista, Vereador José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro e Chucri Zaidan) estão em fase de acabamento e em início a montagem dos sistemas, tais como alimentação elétrica, telecomunicações e auxiliares. Já a estação Morumbi teve as obras civis concluídas.

Enquanto as obras não são concluídas, o que se vê no canteiro da Avenida Jornalista Roberto Marinho é as árvores tomando conta da linha por onde passarão os trens, lixo jogado nos canteiros de obra e muito morador de rua abrigado embaixo das vigas de sustentação da linha.

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