Arquitetos e engenheiros do Metrô lamentam que Acciona tenha assumido projeto da Linha 16-Violeta

Empresa espanhola foi autorizada a aprofundar estudos da primeira fase do ramal com 16 km por R$ 42 milhões. Metrô havia desenvolvido linha com inovações tecnológicas

Metrô CPTM, 20 de janeiro de 2025 – A transferência da Linha 16-Violeta, do Metrô, para a empresa Acciona gerou descontentamento entre arquitetos e engenheiros da companhia estatal.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o presidente da Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), Luís Kolle, expressou pesar pela decisão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de transferir o projeto para a construtora espanhola.

De acordo com ele, a Linha 16 foi retirada do Metrô sem qualquer consulta, destacando que a companhia possui um corpo técnico que já atua há muitos anos na expansão do sistema.

Inovações

De fato, o ramal surgiu a partir de estudos financiados pelo Metrô há cerca de oito anos, e foi revelado em primeira mão por este site. Naquele momento, a proposta era que a Linha 16 fosse uma alternativa ao trecho leste da Linha 6-Laranja, então sob a concessão da Move SP.

Em 2020, a Acciona assumiu a parceria público-privada e, para isso, criou a concessionária Linha Uni, responsável pela gestão do ramal.

O governo atual tem incentivado a expansão das linhas geridas por operadoras privadas, e a Linha Uni já anunciou planos de avançar com as extensões da Linha 6. No entanto, em agosto do ano passado, a Acciona decidiu ir além e propôs assumir a Linha 16-Violeta, que havia sido deixada de lado. A empresa espanhola, por sua vez, apresentou uma manifestação de interesse privado com alterações significativas no projeto conceitual do Metrô.

Trajeto mais curto e convencional

Em vez de inovações tecnológicas, como um “super tatuzão” capaz de escavar os níveis das plataformas das estações, vias mais inclinadas e o uso de elevadores, a Acciona apresentou um conceito mais convencional, com a utilização das tuneladoras que estão sendo usadas na Linha 6.

O trajeto, que originalmente ia de Oscar Freire até Cidade Tiradentes, com 32 km, foi reduzido pela metade, chegando até a estação Abel Ferreira. A segunda etapa ficou em suspense, a ser decidida no futuro.

Recentemente, a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) autorizou a Acciona a aprofundar os estudos da Linha 16, mediante o pagamento de até R$ 42,4 milhões.

Com prazo de quatro meses para conclusão, os estudos fornecerão subsídios para a modelagem da licitação de concessão, que está prevista para ser lançada no segundo semestre.

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