A Ferrovia e o Futuro do Transporte no Brasil: Desafios e Oportunidades

No dia 28 de fevereiro de 2025, o programa Engenharia e Desenvolvimento trouxe um debate enriquecedor sobre a questão ferroviária no Brasil. Participaram da discussão especialistas como José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da Ferrofrente, Jean Carlos Pejo, ex-secretário de Mobilidade Urbana do Ministério do Desenvolvimento Regional, e Luis Kolle, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô.

A conversa abordou os desafios e as oportunidades do sistema ferroviário no país, que, apesar de ter sido um dos pilares do transporte no início do século XX, enfrenta hoje uma infraestrutura deficiente. Jean Carlos Pejo destacou a importância da retomada das ferrovias, ressaltando que o Brasil, em tempos passados, era referência global no transporte ferroviário de passageiros e cargas. No entanto, o crescimento do setor rodoviário e a falta de visão a partir da metade do século XX deixaram as ferrovias em segundo plano.

José Manoel ez questão de destacar que, em muitos casos, o Estado deveria cuidar apenas da infraestrutura (os trilhos), enquanto os operadores poderiam se concentrar nas operações. Ele mencionou a perda de uma grande oportunidade com a falha no modelo de operador independente, que poderia ter proporcionado um sistema mais justo e eficiente. A crítica a figuras políticas, como o ex-superintendente de transnacionalização Ciro Gomes, e a sua falta de entendimento sobre a ferrovia, foi dura. José Manoel frisou a necessidade de uma abordagem mais séria e técnica para lidar com a questão ferroviária, com a participação da engenharia de forma transparente e sem “média”.

A questão da corrupção também foi um ponto central na fala de José Manoel. Ele se mostrou enfaticamente intolerante com o desvio de recursos públicos e a falta de punição aos responsáveis por essas ações. “Temos que colocar bandidos na cadeia e trazer o dinheiro público de volta para os investimentos necessários”, disse ele, ressaltando que o Brasil precisa de uma reforma completa nas concessões e no modo como as agências reguladoras, como a ANTT, têm atuado. Para ele, as agências reguladoras atuais, como a ANTT, falham em sua função e precisam ser reformadas para desempenharem um papel real de fiscalização e desenvolvimento.

Com a crescente demanda por melhorias na logística, Pejo defendeu a “ferroviarização” do Brasil, focando na utilização da malha ferroviária para escoamento de commodities, como grãos e minério de ferro, além de reintegrar o transporte de passageiros. O desafio é claro: aumentar a participação das ferrovias na matriz de transporte do Brasil e proporcionar mais eficiência no transporte de carga e passageiros.

Luiz Kolle complementou a discussão, enfatizando a importância da reativação de trechos ferroviários abandonados e da implementação das short lines, que são linhas curtas, geralmente focadas no transporte de cargas mais regionais e até mesmo urbanas, como sistemas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Ele também mencionou o grande potencial da Ferrovia Brasil-China, que pode abrir novas oportunidades econômicas.

O debate trouxe à tona também questões políticas e de investimento, com propostas para sensibilizar a sociedade e o governo para a importância da modernização da malha ferroviária. A união entre entidades como a LAF, Ferrofrente e a EMS tem sido fundamental para mobilizar parlamentares e a sociedade para a causa ferroviária.

Conclusão: A revitalização do transporte ferroviário no Brasil não é apenas uma questão de infraestrutura, mas uma questão estratégica para o desenvolvimento econômico e social do país. Retomar a ferrovia significa melhorar a logística, reduzir custos e aumentar a segurança no transporte de cargas e passageiros.

Acompanhe as discussões e engaje-se nesta causa que impacta o futuro do Brasil!

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