Um estudo recente do Tribunal de Contas da União (TCU) revela que 64% da malha ferroviária brasileira está subutilizada, com trechos apresentando ociosidade superior a 70%. Notavelmente, 44% dessa malha possui ociosidade acima de 90%.
Segundo Gildemir da Silva, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e especialista em Economia de Infraestruturas, essa situação decorre do foco das concessões ferroviárias em corredores de exportação, privilegiando o transporte de commodities e minérios. Essa estratégia resulta na subutilização de trechos não voltados para exportação, levando à deterioração e abandono dessas infraestruturas.
O TCU identificou problemas recorrentes no setor, como o descumprimento de investimentos obrigatórios e o abandono de trechos ferroviários. Embora o Brasil possua uma malha ferroviária extensa, com 29.022 km, sua densidade e conectividade são inferiores às de países como Estados Unidos e China, dificultando a integração e o uso compartilhado entre diferentes operadores.
Para reverter esse quadro, especialistas defendem políticas públicas que promovam a utilização eficiente da malha ferroviária, garantindo a manutenção e o desenvolvimento de trechos subutilizados.